quinta-feira, 11 de junho de 2020

Desabafando

Eu apenas não me sinto feliz, não consigo ser sincera nas minhas ações, nos meus sorrisos diários. Não consigo fazer as coisas sem ter aquela sensação de que já está tudo cronometrado, pontuado, escrito, e isso me deixa mal, como se eu nunca fizesse nada para mudar.
Quando faço algo essencialmente bom para mim, sempre acaba que algo ruim acontece, ou que eu tomo alguma atitude muito errada, ou não tão errada assim, e nesse tempo eu me sinto culpada por ter tomado tal atitude, decisão. Será tão errado assim ser um tanto egoísta? Porque sempre me importo com que vão pensar, dizer? Porque no final isso importa e vivo mais pelos outros do que para mim mesma?

Eu não sei. Me sinto incompleta, me sinto triste o tempo todo, me sinto incapaz, desnorteada, com vontade de me abrir ao meio e descobrir que peça está estragada dentro de mim para que eu possa concertar, e tem concerto?
Espero esse sentimento de impotência passar, mas ele sempre volta, e volta em momentos que está tudo bem e eu simplesmente não consigo agir de forma a me sobrepor a este sentimento, ele simplesmente me domina e assim eu fico. Queria saber o que fazer comigo mesma? O que fazer para ter forças e continuar?
NickName: Any

terça-feira, 9 de junho de 2020

Meus sentimentos

Olá, eu sou a Margareth. Nesse exato momento não estou sentindo absolutamente nada. Nem dor, nem tristeza, nem alegria, talvez no fundo um pouco de medo, talvez no fundo todos nós sentimos medo de algo.
Há muito tempo atrás lutei contra uma depressão sozinha, por 3 anos e foram os 3 piores anos da minha vida. Chegou um momento em que eu, ou desistia ou tentasse melhorar de vez. Não foi fácil essa decisão, foi difícil, foi sofrido. Mas decidi mudar, decidi lutar e melhorar, a vida não deve ser tão ruim assim, aliás.
Pelo menos consegui. Eu estava livre da maldita depressão ( claro teve todo um processo), valia a pena viver intensamente, apreciar a vida, a natureza ajudar as pessoas.
Eu era tão feliz que contagiava as pessoas a volta. Eu tinha certeza absoluta que jamais teria depressão novamente.
Mas sou uma sonhadora. No começo desse ano me deparei com um ser chamado auto- estima, que estava escorregando para o abismo. Deparei também com o stress, e a ansiedade, e o trauma, e a culpa, e o ódio, e o rancor. Todos na minha frente preparados para me jogar no poço. Eu ri, por que já havia os enfrentado antes. Dessa vez seria fácil, dessa vez eu mudaria de tática e chamaria ajuda para batalhar. Dessa vez eu pensei que saberia lidar.
Liguei, conversei e me fortaleci com pessoas. Dizia que eu era forte e que dessa vez não iria cair na maldita depressão. Eu era uma guerreira e não estava disposta a desistir. Foram se meses e meses de tentativas na esperança de derrotar tudo que me fazia mal e voltar a ser feliz... Tantas coisas aconteceram e eu me mantinha de pé.
Quando me toquei que faria 8 meses que estava nessa e nada melhorou. Eu havia deixado os problemas dos meus amigos pela primeira vez para cuidar dos meus e nem isso consegui fazer, como resultado. Meus amigos estavam afundados em seus problemas e eu não havia feito nada para ajuda los. O mundo está degradando cada vez mais e as próprias pessoas de dentro de famílias estavam maltratando uns aos outros.
Aquele amor, aquela paz que um dia eu tivera desapareceu. A felicidade está morta ou enterrada, e eu cansei de cavar, cansei de tentar lutar, porque dessa vez eu achei que conseguiria. Mas não consegui. E sinceramente, não quero mais tentar.
O que me resta é apenas medo, e logo me livrarei disso também. Estou verdadeiramente bem, e conformada por mais dificil que esteja de acreditar.
NickName: Margô

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Solidão

Eu sempre me pergunto porque sou tão diferente das outras pessoas. Me sinto muito deslocado, nunca me encaixo com ninguém. Isso me incomoda demais porque eu não lido nada bem com a solidão. Sou o tipo de pessoa que se apega tão facilmente, e isso só piora a situação porque gosto de verdade das pessoas mas nunca consigo mantê-las próximas. Eu odeio me sentir sozinho e tenho um medo enorme de que no futuro nunca tenha alguém com quem contar ou conversar, ou me divertir, sei lá... essas coisas que os amigos fazem. Não entendia o porque de eu não ter amigos, mas nos últimos dias venho me sentindo inútil, sem-graça, estranho, penso que ninguém me acha legal, cativante e deve ser por isso que não desenvolvem amizade comigo. Comecei a fazer terapia, mas por um motivo muito diferente e mais grave, que havia me levado a tentar suicídio e talz... Foi no terapeuta que eu descobri minha dependência emocional. E é muito óbvio que dependência e solidão não se batem,
então eu acabo sofrendo muito. Minha família também coopera um pouco para isso, é muito controladora e religiosa, eu acho isso um saco. Não posso sair para conhecer novas pessoas, a cidade, affz. Eu definitivamente não sou anti-social, não gosto de ficar trancado no quarto sem nada legal pra fazer nem ninguém pra conversar e solidão me faz sofrer demais, demais. É terrível se sentir assim, um lixo do qual ninguém gosta, ninguém quer saber, um estranho no meio da multidão, feio, idiota... não quero ser difícil de ser amado, não quero ser solitário para sempre.
NickName: LonellySun

domingo, 7 de junho de 2020

Carros Laranjas

Provavelmente, caso eu poste esse texto é porque refleti muito antes de fazê-lo.
Eu odeio carros laranjas, detesto e sempre que os vejo na rua atribuo a um pressentimento de que algo de ruim pode acontecer. Ainda não quero falar sobre esses carros laranjas.
Eu choro todos os dias, às vezes nem sei o porquê, apenas quero extravasar uma dor gigante que sinto aqui dentro a qual jamais consegui expressar pela minha exacerbada estabilidade emocional. Não, quem me conhece geralmente me acha instável, costumo rir demais de tudo ou chorar demais por tudo, mas essa é minha estabilidade: eu choro, eu sorrio, eu grito, mas sempre com calma. Às vezes eu quero explodir coisas apenas para ver se sinto algo extremo, mas não, por isso me sinto extremamente vazia e sozinha, pois não consigo expressar toda a amplitude dos meus sentimentos para ninguém e pouco me sinto confortável para tal. Eu nasci para ser confidente apenas, jamais para ser ouvida e por mais que me dê ouvidos, eu os dispenso, não por fazer pouco deles, muito pelo contrário, talvez eu os valorize demais e, por essa razão não consigo falar e morro por dentro porque sei o quanto quero dizer, mas sei também o quanto isso não sai.
Às vezes eu quero sair correndo em uma rua vazia só para ver se eu sinto alguma coisa, às vezes eu quero que alguém me chacoalhe para que eu reaja a tudo, mas eu permaneço extremamente apática: emoções extremamente fortes porém programadas, animações contadas, dizeres ensaiados e por vezes, em meio a essa caixa de mentiras que sou eu, pergunto-me se sou realmente de verdade ou se me criei para agradar e apenas para me fechar. O problema disso tudo é que ninguém me trancou, ninguém disse "não fale" e também, ninguém julgou, o que faz com que eu me sinta muito pior por, apesar de todo o suporte e apoio eu não conseguir ser eu. As pessoas que eu conheço geralmente são aquelas com o potencial de partir, e isso é uma merda. Ela costumam dizer "isso não é sua culpa" ou "és maravilhosa não se culpe por eu querer ir", mas, primeiro - eu vou me culpar, claro que vou, segundo, eu vou me importar mais do que pareço demonstrar porque como disse minhas emoções são
programadas, eu jamais vou lhe dizer "estou chorando por isso", porque eu não quero lhe prender caso queira ir, mas ao mesmo tempo eu estou torcendo para que torças ficar nem que seja por alguém pequeno como eu. Elas costumam dizer que eu sou incrível, mas me pergunto "se sou tão incrível por que todas partem?". Já disseram que é porque isso não cabe a mim, mas sinto muito, cabe sim, eu que vou sofrer e me importo com meu sofrimento por mais que as vezes eu pareça ser totalmente alheia a ele. É muito fácil de despedir, dar um tchau programado com palavras bonitas e pedir que as pessoas não se culpem, mas elas vão se culpar. E é tanta culpa aqui dentro sabe? Uma culpa tão grande, culpa, culpa, culpa.
Morrer não vai tirar minha culpa. Morrer não vai fazer com que as pessoas deixem de partir. Mas, talvez, morrer faça eu sentir e expressar alguma coisa como as obras de arte da Tarsila Amaral... eu não quero ser vista, notada, nem ser incrível, nem que digas que sou incrível. Eu só quero que permaneçam.
As pessoas costumam dizer "mas tens tantas pessoas!", não, cada uma é singular e se torna parte do seu ser quando lhe cativa, logo, se ela for ela tira um pedaço seu e você deixa de ser a pessoa que era, eu poderia até dizer que esse pedaço vira culpa como "eu podia ter lutado mais" ou "eu não fui suficiente".
Infelizmente todo esse sentimento eu não consigo expressar, eu costumo dizer coisas que todos dizem não fazendo diferença nenhuma e acabo por jamais lutar. Talvez eu só não tenha força, talvez eu não queira me expor, talvez me falte coragem, mas eu prefiro, em vez de me depreciar como sempre faço, apenas dizer "pessoas sempre vão embora, eu nasci pra ser sozinha".
E sabe o problema? Isso não é culpa de ninguém.

quinta-feira, 15 de março de 2018

Talvez ninguém nunca entenda

Eu procurei refúgio em meio a palavras de conforto e, no fim, mostrando parte de minha face me entrego por completo parecendo ser sempre quem deve confortar. Eu nunca posso gritar e sinto muito pelos meus traumas. Eu tentei de várias formas sobreviver e sorrir o tempo todo para de algum jeito deixar pessoas felizes, mas eu estava tão infeliz que não conseguia nem ao menos fingir. Eu me olho no espelho e odeio tudo que vejo, não pelo meu corpo, pelo meu jeito, mas pelas minhas deformidades e pelos meus defeitos. Quando creio estar finalmente crescendo percebo que nunca fui nada mais que uma menina pequena. Eu tentei salvar as pessoas das mais diversas formas, mas esqueci de me salvar e, infelizmente, eu não acredito ter salvação. Pode dizer aquelas palavras de consolo bonitas que eu mesma sempre costumei dizer, eu vou sobreviver, claro que vou, afinal eu não posso morrer.
Às vezes eu oro para morrer dormindo, isso é tão triste. Eu queria saber lidar comigo mesma para não sofrer tanto e, talvez, eu sofra tanto por coisas que não me cabem, mas igual faço questão de senti-las fortemente. Acredito que minha dor se tornou minha zona de conforto.
Acaba que sempre termino escondendo partes minhas das pessoas e jamais consigo permitir que elas me conheçam por completo. Pode ser medo, mas creio que é a simples mania de me esconder para que jamais me descubram. Quando me descobrem, eu acabo por mentir quando estou feliz e, assim, nunca desabafo ou digo tudo para alguém.
Sendo que o que eu mais queria era alguém que ouvisse, pode dizer que tem plena disponibilidade, minha psicóloga disse isso, mas jamais consegui dizer nada a ela.
No fim eu vou afundando aos poucos e aos muitos em coisas que não disse, que jamais vou dizer e. por fim, nesse mundo, ninguém me conhece de verdade. Eu esqueço a cada dia mais quem sou, me perco nessas malditas crises de identidade e, para quem gostaria de ser uma boa pessoa, isso é bem complicado.
Não tenho uma vida totalmente triste, mas não digo que ela é totalmente feliz, todos temos nossos problemas e eu, creio ser um ímã para pessoas tão malucas quanto eu. Eu acabo me distraindo com os problemas alheios, buscando soluções para os meus, os poucos que eu digo são extremamente superficiais, por fim eu jamais explodo e jamais surto, isso, só acontecia antes.
Dizem que todos temos o direito de explodir um dia, eu, meu caro, não.
Nasci para ouvir, jamais dizer. Nasci para calar, jamais contar. Eu tentei falar, juro, tentei várias vezes, mas creio que ninguém seja capaz de me entender, não que seja uma pessoa totalmente complicada, eu simplesmente não me entendo.
Seria loucura exigir que alguém entendesse, portanto, não lhe culpo. Só escrevi isso mesmo para dizer que tentei, que sinto muito mesmo por ser tão eu, que sou grata pelo que fez e que me odeio pelo que sou.